Corpo de adolescente morto após pegar celular em loja tinha sinais de tortura, diz primo
Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi encontrado em rio neste sábado (7) com braços e pernas amarrados com cordas e arame farpado. Quatro suspeitos do crime estão presos temporariamente.
Alex Gabriel Santos, de 16 anos, está desaparecido em Pontal, SP — Foto: Arquivo pessoal
O corpo de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, encontrado na manhã deste sábado (7) no Rio Pardo entre Pontal (SP) e o distrito de Cândia, tinha sinais de tortura, de acordo com o primo dele, Samuel Lopes da Silva.
> “Ele foi encontrado amarrado, os braços e as pernas, amarrado com arame farpado, com corda, com um saco na cabeça. Só pela situação que foi encontrado, a gente já sabe o sofrimento que ele ou. A gente não consegue imaginar a dor que ele deve ter sentido, o medo”, disse.
Alex estava desaparecido desde o último domingo (1), quando foi levado de casa por pelo menos três homens em uma caminhonete.
Segundo a investigação, na madrugada do sumiço, o garoto, que não tinha celular, encontrou um telefone em um depósito de bebidas e o levou para casa. A principal hipótese da polícia é que ele tenha sido morto em uma retaliação do dono do aparelho. Neste momento, a polícia descarta que o adolescente tenha furtado ou roubado o aparelho.
Policiais onde corpo do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi achado neste sábado (7) em Pontal, SP — Foto: Werlon Cesar/EPTV
Quatro homens foram presos temporariamente desde a última quinta-feira (5). De acordo com a polícia, os suspeitos de participação no crime são: Uanderson dos Santos Dias, de 19 anos, João Guilherme Moreira, de 27 anos, dono do celular, Alex Sander Benedito Ferreira, de 23 anos, e Jean Carlos Nadoly, de 28 anos. As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto.
Uma mulher que também estava na caminhonete foi identificada, mas, de acordo com a polícia, pelo menos por enquanto ela é considerada testemunha e não suspeita.
A família do adolescente espera que a justiça seja feita. Segundo Samuel, o primo era um garoto alegre e nunca tinha tido problemas.
> “Ele era um rapaz bom, alegre, a gente sempre se divertia junto, saía para os lugares, brincava. Minha última memória com ele é de um dia que a gente foi em um rio aqui perto da Bela Vista tomar um banho de rio. Era um menino brincalhão, sempre com um sorriso. Receber uma notícia dessa é como tomar um tiro no peito, a gente não esperava ar por isso”.
O corpo de Alex foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) em Araraquara (SP). Até a publicação desta matéria não havia previsão de liberação para o velório e o enterro.
Um dos suspeitos presos por envolvimento na morte do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, em Pontal, SP — Foto: Reprodução/EPTV
A polícia identificou os suspeitos com base no depoimento de uma testemunha, que viu quando o adolescente foi colocado em uma caminhonete na madrugada de domingo. Eles prestaram depoimento e itiram ter agredido o garoto em um galpão.
Segundo a Polícia Civil, o homem apontado como o dono do celular contou que, após as agressões, deixou Alex na zona rural de Cândia. Apesar das buscas da polícia, o garoto não foi encontrado.
A caminhonete do suspeito foi apreendida e a perícia encontrou manchas de sangue na correira. Nesta sexta-feira (6), a polícia confirmou que o adolescente tinha sido morto e identificou o local onde o corpo poderia ter sido desovado no Rio Pardo. Um tênis, que os investigadores acreditam pertencer ao jovem, foi encontrado às margens do rio, onde também havia sinais de sangue e terra remexida.
Caminhonete usada para transportar Alex até o galpão onde foi agredido em Pontal, SP — Foto: Reprodução/Câmeras de segurança
Na última quarta-feira (4), a mãe de Alex, a trabalhadora rural Evilene Pereira dos Santos, disse que tinha esperanças de encontrar o filho com vida.
> “A minha fé é que ele está vivo. Talvez ele esteja machucado ou preso em algum lugar, mas eu tenho fé que meu filho está vivo. Ele vai voltar para mim com vida, machucado, mas com vida. Minha esperança é essa, eu não perdi essa esperança. Sei que tem uns dias já, mas não perdi a esperança do meu filho estar vivo”.
A mãe do adolescente afirmou ainda que não acreditava que o filho tinha furtado o celular.
Agora, aguarde por mais detalhes e informações sobre este caso na região de Pontal, SP, para entender a evolução das investigações e a punição dos responsáveis pelo crime bárbaro.