Crime da 113 Sul: julgamento de Adriana Villela é adiado para agosto
Julgamento de Villela, acusada de ser mandante do crime que deixou três vítimas,
estava previsto para ser retomado nesta terça-feira (10)
1 de 1 Adriana Villela em entrevista para a série documental “Crime da 113 Sul”,
do Globoplay — Foto: Globo/ Divulgação
Adriana Villela em entrevista para a série documental “Crime da 113 Sul”, do De
Globo — Foto: Globo/ Divulgação
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) adiou o julgamento da arquiteta Adriana
Villela para 5 de agosto. Ela é acusada de ser a mandante do caso que ficou
conhecido como Crime da 113 Sul. A decisão acatou a um pedido da defesa de
Adriana.
O julgamento teve início no dia 11 de março, quando o relator, o ministro
Rogerio Schietti Cruz, rejeitou o pedido da defesa para anular o júri e votou
pela imediata execução da pena. No entanto, a votação foi suspensa após pedido
de vista do ministro Sebastião Reis Júnior.
PEDIDO DE VISTA: ocorre quando um magistrado ou ministro, ao participar de um
julgamento colegiado, solicita mais tempo para analisar o processo antes de
proferir o seu voto.
O julgamento estava previsto para ser retomado esta terça-feira (10),
quando a sexta turma do STJ iria analisar o pedido de prisão imediata da
arquiteta apresentado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo assistente da acusação.
A apreciação do pedido de prisão imediata de Adriana Vilella, contudo, foi
remarcada. “O julgamento foi adiado, a pedido da defesa, para a sessão da Sexta
Turma do dia 5 de agosto”, informou o STJ em nota.
Adriana Villela foi condenada a 61 anos pela morte dos pais e da
funcionária da
família. O crime ocorreu em 2009 e ela é apontada como mandante. A acusada
recorre da sentença em liberdade.
Foram mortos a facadas, dentro do apartamento do sexto andar do bloco C da 113
Sul, quadra nobre de Brasília:
* José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e pai de Adriana, com 38 facadas;
* Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada e mãe de Adriana, com 12
facadas;
* Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, funcionária da família Villela, com
23 facadas.
JÚRI POPULAR E RECURSO
O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009, por volta das 19h, segundo a perícia.
Os corpos foram encontrados dias depois, em 31 de agosto, em estado de
decomposição, pela filha de Adriana Villela.
O julgamento de Adriana só aconteceu 10 anos depois, em 2019, e foi o mais longo
da história do Distrito Federal: 10 dias de duração, mais de 103 horas. A tese
da acusação convenceu a maioria dos jurados.
Segundo o Ministério Público, o crime foi cometido por desavenças financeiras
entre Adriana Villela e os pais. Os promotores alegaram que ela interferiu nas
investigações e que os pais da arquiteta já tinham reclamado do “temperamento
agressivo” da filha.
Durante o júri, a defesa da arquiteta reafirmou a inocência dela, fez críticas à
denúncia apresentada pelo Ministério Público do DF e às investigações comandadas
pela Polícia Civil. Segundo a defesa, o caso foi um latrocínio e “não há provas
e nem mesmo indícios de que ela tenha cometido o triplo assassinato”.
Três delegacias se envolveram nas investigações;
Em 2019, o tribunal do júri sentenciou Adriana Villela pelo assassinato das
três pessoas a 67 anos e 6 meses, no entanto, o juiz permitiu que Adriana
Villela recorresse da sentença em liberdade;
Em 2022, na segunda instância, o Tribunal de Justiça do DF negou o pedido
para anular o julgamento e reajustou a pena estabelecida para 61 anos e 3
meses de reclusão;
Em março deste ano, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
começou a julgar o pedido de prisão imediata da arquiteta e um recurso da
defesa para anular o júri e realizar um novo julgamento;
O ministro Rogério Schietti, relator do recurso, propôs a prisão imediata da
arquiteta e manteve a decisão do júri popular;
Após um pedido de vista pelo ministro Sebastião Reis, a sessão foi suspensa e
vai ser retomada na terça-feira (10).
Além de Adriana Villela, outros três homens foram condenados pelo triplo
homicídio:
* Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal Villela morava;
* Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo;
* Francisco Mairlon Barros Aguiar.
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