Perícia acha sangue em veículo de suspeito de agredir jovem por causa de celular em Pontal, SP; vítima segue desaparecida
Segundo delegado que investiga o caso, quatro suspeitos presos itiram participação até o momento da tortura, mas negaram homicídio. Buscas por Alex dos Santos se concentram às margens do rio Pardo.
Polícia prende 4º suspeito de participar de desaparecimento de adolescente em Pontal
As investigações sobre o desaparecimento do adolescente Alex Gabriel dos Santos, de 16 anos, avançaram nesta sexta-feira (6) após perícia realizada na caminhonete de um dos suspeitos envolvidos no caso.
Segundo o delegado Plaucio Fernandes, responsável pelo caso, um exame com luminol no veículo identificou vestígios de sangue na caçamba.
“Este sangue foi colhido e agora vamos pedir exame de DNA para comprovar se aquele sangue é do garoto desaparecido”.
Amostras de DNA dos pais do adolescente já estão sendo coletadas para que o confronto genético possa ser realizado nos próximos dias.
À EPTV, afiliada da TV Globo, o delegado disse que os quatro suspeitos presos entre quinta-feira (5) e esta sexta-feira (6) itiram agressões e torturas contra o jovem, mas negaram envolvimento direto na possível morte.
“Os suspeitos assumem parcialmente o cometimento dos crimes até o momento do sequestro, da tortura e das agressões, mas ainda não confessam a questão de terem matado o rapaz”.
Alex foi visto pela última vez na madrugada do último domingo (1º), em Pontal, onde mora e, desde então, está desaparecido. De acordo com o delegado, os envolvidos alegam que não conheciam o adolescente antes do ocorrido.
Na manhã desta sexta-feira, o quarto suspeito no envolvimento do desaparecimento do adolescente se apresentou à delegacia de Pontal.
Na quinta-feira (5), três suspeitos já tinham sido presos, um deles em Minas Gerais.
QUEM SÃO OS SUSPEITOS:
Uanderson dos Santos Dias, 19 anos: preso nesta sexta-feira, após se apresentar à Delegacia de Pontal;
João Guilherme Moreira, 27 anos: preso na quinta-feira;
Alex Sander Benedito Ferreira, 23 anos: preso na quinta-feira;
Jean Carlos Nadoly, 28 anos: preso em Minas Gerais, também na quinta-feira.
Todos os suspeitos têm mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça de São Paulo.
Uma mulher que também estava na caminhonete no momento dos fatos já foi identificada, mas, segundo a polícia, pelo menos por enquanto ela é considerada testemunha e não suspeita.
FOCO NAS BUSCHAS
Com as confissões parciais, o foco da investigação agora se volta para localizar o paradeiro de Alex.
As buscas se intensificaram nesta sexta-feira com apoio do Corpo de Bombeiros, que atua na região do rio Pardo, em Pontal.
“As buscas estão acontecendo. Inclusive, neste momento o Corpo de Bombeiros está sendo acionado, porque dois cães de equipes diferentes da Guarda Civil Municipal sinalizaram para a beira do rio. Então, estamos focando as buscas para as margens do rio Pardo”, explicou Plaucio.
Na quarta-feira (4), cães farejadores já haviam identificado vestígios do cheiro de Alex na mesma área, o que reforçou a possibilidade de que o local esteja relacionado ao desaparecimento.
DESAPARECIMENTO
Alex desapareceu após ter sido agredido e levado de casa por dois homens e uma mulher em uma caminhonete. De acordo com a família, as agressões teriam acontecido depois que o jovem achou um celular em um depósito de bebidas horas antes.
Irmã de Alex, Kemily Pereira Rocha, revelou que o adolescente saiu de casa na madrugada de domingo para ir ao estabelecimento, que fica na esquina da casa da família, e, algum tempo depois, voltou entusiasmado dizendo que tinha encontrado um celular.
Ele não tinha telefone e, as investigações apontam que o crime pode ter sido motivado por uma retaliação a um suposto furto do aparelho, mas, à princípio, a Polícia Civil descarta a hipótese de que Alex tenha furtado ou roubado o celular.
Mãe do jovem desaparecido, a trabalhadora rural Evilene Pereira dos Santos revelou que um vizinho contou à polícia que viu quando uma caminhonete parou na porta da casa da família na madrugada de domingo e Alex foi agredido logo ao sair da residência e colocado à força no veículo.
O dono da caminhonete seria também o dono do celular perdido. A família de Alex registrou um boletim de ocorrência e as buscas pelo adolescente continuam.
Em depoimento à polícia na segunda-feira (2), um dos suspeitos confessou que o adolescente foi levado a um galpão e agredido, mas foi deixado em uma estrada de terra próximo a uma mata, perto do distrito de Cândia, em Pontal.
A caminhonete envolvida no crime foi apreendida. O veículo aparece nas imagens de uma câmera de segurança ando pela rua da casa de Alex antes do desaparecimento dele.
O galpão onde Alex foi agredido também ou por perícia.